“Estamos indo na contramão com a redução do recurso para o SUS que o governo Temer está promovendo” diz secretário da ISP durante o II CONCE

Na manhã desta quinta-feira (22), no Palácio das Convenções do Anhembi, congressistas do II Congresso Nacional Científico dos Enfermeiros (CONCE) participaram de séries de palestras que abordaram diversos temas, desde a readaptação laboral após acidente de trabalho a desconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na sala Florence Nightingale foi possível ouvir sobre a precarização do trabalho da enfermagem culminando no adoecimento do enfermeiro com o mestre Vinicius Gomes Barros, tratando do tema “Readaptação laboral após acidente de trabalho”.

Já em outra sala, os congressistas participavam da palestra “A crise econômica e seus reflexos no dimensionamento do pessoal de enfermagem”, ministrada pelo mestre Antônio de Magalhães Marinho.

“O tema abordado hoje é presente na mídia e redes sociais, mas devemos nos questionar a quem interessa essa crise econômica. Na enfermagem, por exemplo, não se sente muito o impacto com demissões porque o servidor privado da enfermagem recebe salários muito defasados. Mas o impacto pode ser sentido por aqueles que são contratados no serviço público”, esclareceu o palestrante Antônio de Magalhães Marinho.

A “Educação sindical como desenvolvedor de empoderamento do enfermeiro frente às negociações coletivas” também foi discutida entre os enfermeiros pelo membro conselheiro do Comitê Gestor do CEDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), José Lopez Feijoó, que já foi assessor Especial da Secretaria-Geral da Presidência da República e secretário do Ministério do Trabalho e da Previdência, além de vice-presidente Nacional da CUT (2009/2012).

“Foi possível mostrar aos enfermeiros um pouco da história do sindicalismo, a importância do movimento sindical para a conquista de direitos para os trabalhadores. E mostrar que é função dos sindicatos equilibrar as relações entre empregado e empregador para que os trabalhadores não sejam ainda mais explorados”, disse Feijoó.

Com a proposta de palestras simultâneas para ampliar arenas de debates e promover a livre escolha de temas, o II CONCE discutiu nas salas Rachel Haddock, Olga Verderese, Ana Justina Neri e Auditório Principal as palestras: “Sofrimento moral do enfermeiro gestor” com a professora Ana Aparecida; o “Processo de cuidar aos portadores de câncer na modalidade paliativa” com a Dra. Monica Martins; a “Desconstrução do Sistema Único de Saúde: impactos para os profissionais de saúde” com o Dr. Jocélio Drummond e “Formação do enfermeiro: desafios atuais” com as debatedoras Dra. Solange Caetano, presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE); Dra. Elizabeth Birael; Dra. Dorisdaia Hmerez, representando o Cofen; Dra. Angela Maria Alvarez, presidente da ABEn e a estudante Laurianna Vieira, representando a ENEENF.  A coordenação dessa mesa de debate ficou sob a responsabilidade do professor Juvenal Tadeu Canas Prado.

“Estamos indo na contramão com a redução do recurso para o SUS que o governo Temer está promovendo, principalmente a questão da desvinculação de recursos dos orçamentos da saúde. Da União, Estado e Municípios e da proibição de investir na saúde mais do que o orçamento atual regido pela inflação, gerando um déficit maior ainda do que já temos no SUS, representando um desastre para a saúde pública, porque tem a tendência de levar a privatizações”, explicou o Dr. Jocélio Drummond que é médico, com extensa trajetória no movimento sindical no Brasil e em nível internacional; atuando na Internacional de Serviços Públicos (ISP) como Secretário Regional para Interaméricas.