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The Lancet: A contribuição das mulheres no sistema de saúde constitui quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial

The Lancet: A contribuição das mulheres no sistema de saúde constitui quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial

image001     O valor da contribuição das mulheres para a saúde chega a US $3 trilhões anuais. Este valor é maior do que a despesa total do Governo dos Estados Unidos e o Reino Unido juntos. Uma nova Comissão sobre as mulheres e a saúde aponta que as mulheres estão contribuindo com cerca de US $3 trilhões para o sistema de saúde mundial, mas quase metade delas (2,35% do PIB mundial), não estão sendo remuneradas e nem reconhecidas. Publicado na revista The Lancet, a Comissão dispõe de uma das análises mais completas feita até agora em torno da relação entre a mulher e a saúde, e demonstra que a contribuição distinta das mulheres para a sociedade é pouco reconhecida e desvalorizada – econômica, social, política e culturalmente. O relatório ressalta que as mulheres não só contribuem para o sistema de saúde mas também se beneficiam do mesmo, e que mundialmente as suas necessidades em ambos esses aspectos não estão sendo atendidas. Segundo a professora Ana Langer, chefe da Iniciativa das Mulheres e Saúde na Harvard T.H. Chan Escola de Saúde Pública de Boston, EUA, que co-liderou a comissão: "Muitas vezes, a saúde da mulher é relacionada a saúde reprodutiva e materna. No entanto, as evidências ressaltadas pela Comissão vai além dessa interpretação convencional. Com isso, pedimos que a comunidade mundial da saúde e os formuladores de políticas em todo o mundo tenham uma visão mais realista e dê uma atenção maior ao conhecimento da ligação entre a mulher e a saúde. É hora de reconhecer as necessidades abrangentes da saúde das mulheres ao longo de suas vidas, e suas contribuições produtivas ao sistema de saúde e a sociedade como um todo. Bem como a importância de seu papel de mãe e dona de casa.” [1] A Comissão, que reuniu os principais pensadores, chefes de programas e ativistas de todo o mundo, examina as ligações complexas entre os fatores biológicos, econômicos e sociais na melhoria da saúde das mulheres ao longo de sua vida - incluindo os efeitos da rápida globalização, urbanização, e as alterações climáticas, os quais têm efeitos desiguais na saúde das mulheres. Segundo o professor Afaf Meleis, da Escola de Enfermagem da Universidade da Pennsylvania, Filadélfia, EUA, que co-liderou a Comissão com Langer: " Muitas vezes as áreas urbanas são desenvolvidas sem nenhuma preocupação com as mulheres e suas necessidades de iluminação adequada, transporte seguro, o acesso a uma alimentação saudável, a infra-estruturas que promovam uma conecção a comunidade, e os cuidados de saúde para crianças e idosos. Isso coloca as mulheres em maior risco de violência, doenças não – transmissíveis e estresse, o que pode causar consequências desfavoraveis para suas famílias. " [1] Os autores concluem que a igualdade de gênero deve ser o foco central das políticas e intervenções utilizadas para a melhoria da area de saúde e para o desenvolvimento humano, social e econômico, especialmente na era pós -2015. Além disso, a Comissão analisa os dados de 32 países, o que representa 52% da população mundial, para estimar o valor financeiro contribuido pelas mulheres para o sistema de saúde em 2010 que foi de 2,47% do produto interno bruto (PIB) mundial e de 2,35% do PIB pelo trabalho não remunerado (cuidados na parte doméstica, área que é oficialmente reconhecida e recompensada somente em alguns países, incluindo Costa Rica, Turquia e Reino Unido). O valor total da contribuição das mulheres para o sistema de saúde é de US$ 3 trilhões, mais do que a despesa anual do Governo do Reino Unido e dos Estados Unidos juntos. [2] De acordo com uma das autoras da Comissão, Dra. Felicia Knaul, diretora da Iniciativa de Igualdade Mundial da Harvard, Boston, EUA, que liderou os cálculos econômicos da pesquisa:  "Nossos resultados sobre as contribuições financeiras, remuneradas ou não, das mulheres à area da saúde em todo o mundo é só o começo para a exploração da importância do trabalho remunerado das mulheres na área da saúde, e também, a importância de seu trabalho não remunerado na prevenção de doenças e apoio em seu próprio lar, nas casas dos outros e também por trabalhos voluntários relacionados a saúde. As contribuições das mulheres é muito válida e faltam dados o suficiente para medir sua importância.” [1] " Em todo o mundo, a maioria dos prestadores de serviços a saúde são mulheres", diz o professor Langer, " Mas o sistema de saúde para o qual elas contribuem são, muitas vezes, completamente indiferente às suas necessidades - apesar do fato de que o sistema depende fortemente de suas contribuições pagas e não pagas. As mulheres não são valorizadas e nem ganham o apoio do sistema em que trabalham, e este problema é agravado pela desigualdade ao acesso ao sistema de saúde vivido por muitas mulheres em todo o mundo. Particularmente aquelas dos grupos mais vulneráveis e países pobres ​​". [1] O Professor Meleis acrescenta: "Os enfermeiros formam a maior grupo de trabalhadores no sistema de saúde, e a maioria deles são mulheres. Muitas enfermeiras trabalham em ambientes desprotegidos e sua autoridade não está ligada a educação e experiência. Tudo isso pode levar ao estresse, o que afeta a sua saúde e a saúde dos outros. " [1] A Comissão conclui com uma série de recomendações, incluindo uma chamada para o reconhecimento da importância dos investimentos apropriados às meninas e às mulheres para a melhoria do seu estado, fortalecimento do sistema de saúde para a melhora de seus resultados e também para garantir que o planejamento e o financiamento do desenvolvimento do sistema de saúde seja sensível às preocupações e necessidades das mulheres . Entre outras recomendações  os autores solicitam que as mulheres participem em todos os níveis de decisões tomadas na sociedade, promovendo a sua liderança na área de saúde nacional e internacional. A Comissão é formada por comentários de Jim Yong Kim do Banco Mundial, Melinda Gates da Fundação Bill & Melinda Gates, e o chefe de redação do The Lancet, Richard Horton. O relatório será lançado na sexta-feira, 5 de Junho, na Harvard T.H. Chan Escola da Saúde Pública, Boston, EUA, seguido por eventos de lançamento na Filadélfia e Miami, EUA, Londres, Reino Unido, e México. Para mais informações sobre o evento de lançamento em Boston, visite a página: http://www.womenandhealthcommission.org/rsvp-boston/   NOTAS AOS EDITORES [1] citações diretas de autores e que não podem ser encontrados no texto da Comissão [2] valores das despesas dos EUA e Reino Unido em 2012 retiradas da CIA World Factbook https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/xx.html

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