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II CONCE inicia ciclo de palestras abordando temas como jornada de trabalho e exame de suficiência para a enfermagem

II CONCE inicia ciclo de palestras abordando temas como jornada de trabalho e exame de suficiência para a enfermagem

O II Congresso Nacional Científico dos Enfermeiros (CONCE) chega ao seu segundo dia de programação na manhã desta quarta-feira (21), abordando temas que perpassam a condição da formação profissional contínua e seus desafios diários.

No auditório principal do Palácio das Convenções do Anhembi, os debatedores Dr. Homero Batista Mateus da Silva; o Dr. Cézar Britto e o Dr. Yussif Ali Mere Jr. falaram aos congressistas sobre “Jornada de trabalho e suas implicações para a equipe de enfermagem”.

O tema levanta a questão da valorização da categoria na busca por melhorias em suas condições de trabalho, resultando também na promoção de uma qualidade na assistência ao paciente. “A jornada de trabalho no Brasil é de oito horas. Fora isso tem as horas extras só que na classe dos enfermeiros existem muitas peculiaridades. Geralmente a pessoa que trabalha 12 por 36 são pessoas que tem dois empregos, ou seja, dupla jornada, e acabam não descansando. Fora isso tem situações que as pessoas dobram a jornada e chegam a trabalhar 24h. Isso leva implicação direta na produtividade e gera acidentes de trabalho”, lembrou o Dr. Homero Batista, que é juiz especialista em direito trabalhista há 25 anos, e professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito do Lago São Francisco.

Para o congressista e professor da Escola Ana Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto José Leal, que participou do debate sobre a jornada de trabalho do enfermeiro, o CONCE traz um espaço de reflexão importante para se discutir a valorização do enfermeiro.

“O debate em todo e qualquer espaço é importante quando há abertura para fazermos uma reflexão que está acontecendo aqui hoje. Entendo que se queremos uma sociedade igualitária e com justiça temos que pensar em carga horária condizente e uma remuneração também condizente. Não há salário digno para que os profissionais possam exercer sua profissão com uma única jornada, tendo com dignidade espaço para seu lazer, cuidar de sua família, sua saúde e atuação profissional”, declarou o congressista do Rio de Janeiro.

Paralelo à esta palestra “Jornada de trabalho e suas implicações para a equipe de enfermagem” ocorreu também nos outros auditórios espalhados pelo Anhembi debates com o tema “Violência Obstétrica Institucional frente à atuação da enfermagem e suas consequências”, apresentado pela professora especialista Albina Rosa, que mostrou se tratar de realidade nos dias de hoje, além de estratégias de como diminuir as intervenções obstétricas que provocam danos à mulher e à criança, por ser muito interventivo; “Ergonomia como ferramenta de gestão no ambiente hospitalar” com o professor mestre Jusciliano Boaretto, que trouxe no debate a NR 17, que trata do tema abordado; “Atividade Autônoma do Enfermeiro: limites de atuação” com a Dra. Luiza Watanabe Dal Bem, Dra. Beatriz F. Alves Yamada e Dra. Carla Angélica Moreira, que pontuaram aspectos legais sobre a autonomia do vinculo do trabalho do enfermeiro, criminal na realização do trabalho profissional, e processo de assistência domiciliar, e mesa redonda sobre os “Profissionais da Enfermagem e o preparo para aposentadoria” com o Dr. Wladimir Novaes Martinez; Dr. Flávio Vieira e Dra. Thalita Lacerda Nobre.

Ainda no período da manhã, ocorreram apresentações de trabalhos científicos. A professora universitária Lydiane Aline Pereira de Oliveira em sua apresentação oral tratou sobre três temáticas: “Parada Cardiorrespiratória: atendimento pelo Samu – informações passadas pelo solicitante”; “A utilidade da sistematização de enfermagem à luz dos enfermeiros do interior de São Paulo” e “A percepção do paciente no momento da notícia do câncer”.

 “Vou falar sobre a efetividade da sistematização que é uma ferramenta criada e implantada para facilitar o trabalho da enfermagem e aqui hoje irei mostrar a dificuldade do enfermeiro em implantar essa ferramenta. Fizemos um levantamento para descobrir quais são os conceitos desses enfermeiros diante desse processo”, disse a professora Lydiane Aline.

Finalizando a rodada de palestras e debates da manhã do primeiro dia, a presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), Dra. Solange Caetano; Dra. Dorisdaia Humerez, representando a COFEN; Dra. Angela Maria Alvarez, representando a ABEn e a acadêmica Laurianna Vieira, representando a Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem, se posicionaram sobre o “Impacto do Exame de Suficiência para a Enfermagem”.

“Nossa proposta é pedir suspensão imediata do projeto. Chamar autoridades para o debate, porque as entidades estão discutindo o que de fato querem com relação ao exame de suficiência, que o Conselho como responsável crie um grupo de trabalho com a participação das entidades para fazermos uma proposta concreta da questão da suficiência e em seguida pedir ao MEC e Ministério da Saúde que sentem com essas entidades”, disse Solange Caetano.

O exame de suficiência para a enfermagem é defendido pelo Confen/Coren e tem como finalidade normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, zelando pela qualidade da assistência à saúde da população. O projeto de lei 4930/2016 é apresentado pelo deputado federal Lucio Vieira Lima (PMDB-BA).

               

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