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Em MS, Ministério Público investiga irregularidades no Hospital do Câncer

Em MS, Ministério Público investiga irregularidades no Hospital do Câncer

O Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPE-MS) investiga irregularidades administrativas no Hospital do Câncer, que funciona em Campo Grande . Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (18), a promotora Paula Volpe afirmou que pediu o afastamento imediato dos diretores executivos do hospital. O pedido, que foi feito na última quarta-feira (13), ainda não foi julgado pela Justiça. O Hospital do Câncer é uma fundação privada sem fins lucrativos. O MPE-MS iniciou a investigação após receber denúncias anônimas sobre contratações irregulares de empresas que pertencem aos diretores da entidade, além de desvio de verbas e pagamento de altos salários para funcionários. O hospital nega que haja irregularidades nos contratos e nos salários dos funcionários. De acordo com a ação, o hospital possui, desde 2004, contrato de prestação de serviços médicos, radioterapia e quimioterapia com a empresa Neorad, que pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi, que exerce o cargo de diretor-geral da fundação. Segundo o MPE-MS, os contratos previam ainda um acréscimo de 70%, além dos valores estipulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os procedimentos. De acordo com a promotora, o MPE-MS chegou a enviar, em 2012, uma recomendação para o Hospital do Câncer rescindir o contrato com a empresa. A entidade acatou o pedido e assinou o contrato com uma nova empresa que, segundo a ação, também pertence ao diretor. Ainda de acordo com a ação, o hospital também adquire produtos e serviços da empresa Elétrica Zan, que pertence aos sócios Blener Zan e Wagner Miranda, que exercem, respectivamente, os cargos de diretor-presidente e diretor-financeiro da fundação. Outra irregularidade apontada pelo Ministério Público, é a contratação de familiares dos diretores e o pagamento de salários “discrepantes” para os funcionários. O cargo de administrador do hospital, por exemplo, é exercido pela filha de Siufi, Betina Moraes Siufi. Segundo o órgão, ela foi contratada em 2003 com o salário de R$ 4 mil. Em 2011, os vencimentos da funcionária chegaram a R$ 11,5 mil. “Qualquer salário praticado no hospital é condizente com o o praticado no mercado”, refutou a administradora. Outros familiares do diretor, como irmã, filho, filha, nora e genro também pertencem ao quadro de funcionários do hospital. Outro lado Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda (18), o diretor-geral da fundação, Adalberto Abrão Siufi, refutou as acusações do MPE-MS e informou que os contratos firmados com as empresas prestadoras de serviços não possuem irregularidades. A diretoria do hospital destacou ainda que "não lucra com o tratamento dos pacientes". Outras irregularidades A ação aponta ainda que o hospital recebeu do SUS por serviços feitos em pacientes após a data de morte. As irregularidades foram apontadas pelo  Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Um dos casos foi em 2009. Segundo o relatório, a ficha hospitalar da paciente aponta ela passou por seis sessões de radioterapia, no entanto, nos registros do Ministério da Saúde, constam que a paciente morreu antes da segunda sessão do tratamento. A administração do hospital confirmou que recebeu o dinheiro dos procedimentos que não foram feitos e informou que o dinheiro foi devolvido para o SUS assim que o hospital constatou as irregularidades.

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