Notícias

As mulheres na Enfermagem

As mulheres na Enfermagem

Sabe-se que a Enfermagem é uma classe predominantemente feminina. De acordo com dados do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN 2010), cerca de 87% da categoria em todo o Brasil são mulheres.

Com vínculos profissionais que acumulam pelo menos 18 horas de trabalho por dia, essas mulheres ainda enfrentam a jornada doméstica ao cuidar de seu lar, companheiro e filhos. Porém, essa jornada extra não é efetivamente reconhecida por não estar visível de forma pública.

O fato da Enfermagem ser uma profissão historicamente vinculada ao gênero feminino – as primeiras enfermeiras reconhecidas na história são Florence Nightingale e Ana Nery – e ao cuidado com o próximo de maneira benevolente e voluntária arraigou o conceito de não valorização.

Percebe-se que todo o processo de luta das mulheres no decorrer dos anos por abertura no mercado de trabalho e reconhecimento como mão-de-obra capacitada para exercer as mais diversas profissões não teve significativos avanços em determinados setores. Ramos como a medicina, por exemplo, tem apresentado um aumento linear na quantidade de profissionais mulheres, mas ainda é majoritariamente masculina. De acordo com pesquisas, se faz necessário mais de uma década para que esse cenário mude.

Na área da saúde, formada por equipes multidisciplinares, muitas trabalhadoras de enfermagem ainda enfrentam o pensamento machista de subordinação – pela profissão e pelo gênero, além do reconhecimento diferenciado entre as profissões ditas femininas (enfermagem) e masculinas (medicina). Por fim, ainda há a diferença de ganhos salariais entre os gêneros, fato real em todo o mercado de trabalho.

Temos um longo e permanente embate pela frente. De conscientização e, principalmente, de ações afirmativas em relação a profissional enfermeira, que também é mãe, filha e esposa.

Se faz necessário um trabalho de valorização da profissão em caráter de urgência, pois muitos trabalhadores e trabalhadoras estão deixando a carreira não só pelas baixas remunerações, mas também pela escassa valorização patronal e a exploração de mão de obra.

A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) busca garantir em suas articulações de cada vez mais reconhecimento e direitos a esse grande percentual da categoria.

Esse trabalho não deve ser centralizado apenas nos ambientes de trabalho, mas de forma ampla envolvendo o social e a saúde dessa mulher. São ações conjuntas que permitirão uma maior visibilidade e valorização.

Instagram

Contato/Localização