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Presidenta do Conselho de saúde do Rio Grande do Sul cobra agilidade nas filas do SUS no estado

Presidenta do Conselho de saúde do Rio Grande do Sul cobra agilidade nas filas do SUS no estado

Mesmo com o anúncio de novos investimentos na saúde pública, o Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul alerta que o problema das filas no Sistema Único de Saúde (SUS) está longe de ser resolvido. A presidenta do Conselho, Inara Ruas, que também é diretora da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul (SERGS), tem se posicionado de forma firme contra o acordo firmado entre o governo estadual e o Ministério Público, que prevê a aplicação gradual dos 12% das receitas do Estado na saúde até 2030.

Para Inara, a proposta é inaceitável, pois adia um direito garantido por lei e mantém a população refém da falta de estrutura e da demora no atendimento. “O Conselho Estadual de Saúde rejeita o escalonamento e exige que o governo cumpra imediatamente o investimento mínimo constitucional. Não se trata apenas de números, mas de vidas que dependem do SUS”, afirma.

Ela lembra que o subfinanciamento histórico da saúde no Estado tem impactos diretos na demora por consultas, exames e cirurgias. Segundo dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, mais de 660 mil pessoas aguardam por um atendimento especializado no Rio Grande do Sul, sendo oftalmologia, ortopedia e reabilitação as áreas com maiores filas. “Esses números mostram o colapso de um sistema que precisa de gestão eficiente, valorização dos profissionais e investimento real. A população não pode esperar mais cinco anos por um direito que é básico”, reforça.

Inara Ruas também critica a falta de transparência na aplicação dos recursos e cobra a participação efetiva do controle social nas decisões. “Os conselhos de saúde existem para fiscalizar e garantir que as políticas públicas sejam voltadas para quem mais precisa. É fundamental que o governo dialogue com o controle social e com as entidades representativas dos trabalhadores da saúde.”

O Conselho Estadual de Saúde encaminhou moção de repúdio ao acordo, já apresentada ao Conselho Nacional de Saúde e ao Conselho Nacional do Ministério Público, cobrando o cumprimento imediato da lei. O CES/RS considera que o mínimo constitucional é obrigação imediata e não meta futura, e que transformar esse dever em objeto de negociação fragiliza a Constituição e a proteção da saúde pública.

Embora o Estado reconheça o descumprimento da obrigação legal de investir o percentual mínimo na saúde pública, a moção alerta ainda para a insegurança jurídica do termo, que prevê repactuação em caso de crise econômica, abrindo brechas para novos adiamentos no cumprimento do direito à saúde.

“É urgente garantir o financiamento adequado do SUS e respeitar o princípio da universalidade. Saúde não é favor, é um direito”, conclui Inara Ruas.

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