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Preconceito e intolerância: perdeu-se o limite do desrespeito

A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), e Sindicatos filiados, enquanto Entidade representativa da categoria vem através desta REPUDIAR VEEMENTEMENTE qualquer tipo de discriminação e desrespeito feito aos seus representados ou a qualquer cidadão (ã) brasileiro (a).

A possibilidade de se esconder por trás de um perfil do Facebook, ou através de grupos fechados, dá ao ser humano a coragem de falar sem medo de punição. Ofensas e ameaças viram postagens comuns e, quiçá, motivo de risos entre aqueles menos radicais. Exemplo disso é o grupo do Facebook intitulado “Dignidade Médica” que, por conta do resultado das eleições, sugere a ‘castração química’ entre nordestinos, em especial, aos eleitores da candidata à presidência Dilma Rousseff.

Os integrantes do grupo fechado (só é permitido o acesso a classe médica e estudantes de Medicina), chegaram a publicar também comentários contra profissionais de diferentes níveis hierárquicos, como os enfermeiros: “OPINIÃO DE ENFERMEIRA NÃO PODE SER LEVADA EM CONSIDERAÇÃO...” “ESSE PROGRAMA SÓ VINGOU PQ A MAIORIA DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE SÃO ENFERMEIROS, E ESSES SÃO CAPAZES DE COLOCAR O PAI NA CRUZ SÓ PRA PREJUDICAR A CLASSE MÉDICA!!!” “O INIMIGO MORA AO LADO... GERALMENTE VESTE BRANCO... E NÃO É MÉDICO” Manifestações públicas – ainda que virtuais – como essa degradam o debate político e coloca profissionais que deveriam trabalhar em conjunto como inimigos, acirrando uma divisão na equipe multiprofissional e que bem sabemos só prejudica a qualidade da prestação dos serviços de saúde e o atendimento aos brasileiros.

Nos assusta a que ponto isso pode chegar. Vivemos a realidade do “eu sou melhor que você, portanto, rebaixe-se”. A elite contra os menos favorecidos. Perde-se a noção de tolerância e respeito. A Enfermagem brasileira representa 2 milhões de trabalhadores, é responsável por 64% dos serviços de saúde. É linha de frente no Sistema Único de Saúde (SUS) e a base de sustentação da pirâmide do atendimento. Só por este motivo deveria ser respeitada.

A Enfermagem é uma profissão regulamenta através da Lei nº 7498 de 1986, com autonomia, não havendo hierarquia com as demais profissões do ramo da saúde, a não ser dentre os seus quadros técnicos profissionais. Não é assistente, auxiliar ou serviçal dos médicos, mas procura sempre atuar conjuntamente tratando com respeito e consideração os “colegas” de trabalho. Não há como avançar em políticas públicas não só na área da saúde, mas também em educação, segurança, entre outros, enquanto não houver ações que combatam essa aparente disputa por poder e a necessidade de desqualificar o próximo. Há que se fazer o embate político, a democracia exige isso. Mas há que se fazer com o mínimo de ética e respeito.

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