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Greve dos enfermeiros: mais um fruto do caos na Saúde de Aracaju

Greve dos enfermeiros: mais um fruto do caos na Saúde de Aracaju

Por Catarina Gonçalves A crise da Saúde em Aracaju parece não ter fim. Após a revolta da população que se acorrentou na frente da Unidade de Saúde Hugo Gurgel, em Aracaju, para reivindicar uma saúde de qualidade, agora é a vez do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE) anunciar uma paralisação de 24 horas na próxima segunda-feira (12). A classe decidiu paralisar após assembleia realizada na tarde de segunda-feira (5). Além da paralisação de 24 horas, o SEESE já informou um indicativo de greve geral que será definido durante o ato público, também programado para o próximo dia 12, na frente do Centro Administrativo de Aracaju. De acordo com a presidente do SEESE, Shirley Morales, o que levou o sindicato dos enfermeiros conjuntamente com o sindicato dos agentes de combates a endemias a fazer essa assembleia foi a falta de diálogo por parte do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB). “Há cerca de dois meses nós encaminhamos um ofício para tentar a negociação e até hoje não foi respondido. A gente já vem de um estresse muito grande por conta do salário de dezembro, quando tivemos que voltar da greve mesmo sem aceitar o que foi proposto pela Prefeitura”, declarou Sheila. A presidente do SEESE disse que o sindicato está tentando esgotar, ao máximo, as tentativas desse processo de negociação. Mas afirma que está muito complicado ser recebida pelo prefeito Edvaldo Nogueira. “Nós não queremos greve, queremos resolver. Tanto que só colocamos a paralisação para a próxima semana, pois temos reunião da mesa de negociação do SUS, no próximo dia 8, e temos a esperança de que o secretário nos traga algum retorno da Prefeitura. Mas pelo que estamos sabendo de informações de bastidores é que essa negociação não é de responsabilidade da Secretaria de Saúde”, afirmou Sheila. Sobre o reajuste salarial pleiteado pela categoria, ela explicou que foi feito um cálculo para esse ano levando em consideração a lei que já previa um reajuste para a administração geral, mas que não foi cumprido pelo prefeito Edvaldo Nogueira. “É um absurdo, pois está em lei desde o ano passado. De acordo com o cálculo, o percentual seria de 8% para a administração geral. Levando em consideração esse percentual e mais os passivos dos anos anteriores, a gente chegou a um percentual de déficit de 20,5%”, disse. Relembrando as promessas feitas por Edvaldo durante a campanha eleitoral, Sheila disse que a questão salarial já é o terceiro ponto que o prefeito descumpre com a categoria. “Um era a questão do pagamento de todos os passivos em janeiro, que não foi cumprido. O segundo ponto foi a questão da insalubridade, que injustamente o pessoal da saúde recebe a insalubridade diferenciada e ele tinha afirmado que isso era uma injustiça que resolveria. E o terceiro ponto que é a questão da recomposição salarial”, relembrou. Em entrevista ao radialista Edycarlos Queiroz, do Jornal da Ilha, Sheila ainda fez uma denúncia grave sobre a situação da saúde pública no Estado de Sergipe. De acordo com ela, pacientes de alto risco estão sendo levados para as UPAs devido à superlotação no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). “A situação pela qual passa a rede de urgência do Estado é bastante caótica, porque não apenas envolve o Governo do Estado. Pois os problemas que estão acontecendo no Huse e nos hospitais regionais afetam diretamente a rede de saúde municipal. Das 10 salas do centro cirúrgico do Huse, apenas quatro funcionam e não é por falta de pessoal, mas sim falta de estrutura, salas mofadas”, revelou. Foto: Seese

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