Carta de São Paulo é aprovada no  59º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

A Carta de São Paulo, contendo 60 propostas para fortalecer as políticas públicas de saúde em um cenário de crise climática, foi aprovada no 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). 

O documento é resultado da oficina "Desafios para a Implementação da Saúde Única em um Cenário de Mudanças Climáticas" e reforça a necessidade de uma abordagem integrada que envolva a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. As mudanças climáticas estão impactando diretamente a saúde das populações, exigindo políticas públicas intersetoriais e uma forte participação social para garantir respostas adequadas.

Entre os principais desafios discutidos no congresso, destacam-se o aumento das zoonoses emergentes, as doenças tropicais negligenciadas e a resistência antimicrobiana, todos agravados pelas alterações no clima. Dados alarmantes projetam que, entre 2030 e 2050, 250 mil mortes anuais poderão ocorrer em decorrência de fatores como desnutrição, malária e estresse térmico. Além disso, mais de 277 doenças, muitas delas infecciosas, são influenciadas diretamente pelas mudanças climáticas, o que amplia a necessidade de uma ação integrada e preventiva.

A integração entre saúde e meio ambiente também foi discutida à luz da Constituição Federal de 1988, que reconhece o meio ambiente equilibrado como essencial para a saúde. O Ministério da Saúde, por meio de suas diretrizes de Vigilância em Saúde e Ambiente, e a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) reforçam a importância da pactuação de agendas intersetoriais. O desafio agora é traduzir essas propostas em ações concretas e efetivas, capazes de enfrentar os impactos das mudanças climáticas no Brasil, especialmente em um contexto de desigualdades sociais.

A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) reconhece a importância da Carta de São Paulo para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), através da implementação de políticas públicas que garantam saúde e bem-estar para todos/as, especialmente em tempos de crise climática.

*Fonte: ASCOM FNE com informações do gov.br