FNE questiona coerência entre os lucros bilionários da Rede D’Or e as propostas de pagamento do piso ao setor privado

No terceiro trimestre de 2023, a Rede D’Or (RDOR3) divulgou um lucro de R$ 760,3 milhões, representando um aumento anual de 91,8%. Enquanto os empregadores do setor privado alegam não ter condições financeiras e estarem perto de ‘’quebrar’’, os números revelam uma realidade diferente. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 811,4 milhões no mesmo período. Diante desse cenário, a justificativa de falta de recursos para o pagamento do piso da Enfermagem se torna ainda mais questionável.

Contextualização

A Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), no último dia 7/11/2023, apresentou uma proposta de pagamento do piso da enfermagem no Tribunal Superior do Trabalho (TST), sugerindo um parcelamento de 24 a 36 meses dos salários. A proposta foi rejeitada, já que o Tribunal enfatizou a necessidade de um acordo que atenda aos interesses de ambas as partes. A Federação Nacional dos Enfermeiros(FNE), representada pela sua presidenta Solange Caetano, critica essa proposta por sugerir prazos longos para o recebimento dos valores e também acredita que esse pedido das empresas do setor privado por uma mediação do TST, é uma estratégia para adiarem o pagamento do piso. Diante da recusa, a CNSaúde solicitou um prazo adicional até 17/11/2023, para apresentar uma nova proposta ao TST. 

A FNE reitera o seu compromisso com a luta pelos direitos dos enfermeiros e enfermeiras e garante que continuará vigilante sobre as próximas propostas de pagamento do piso aos trabalhadores do setor privado que forem apresentadas, garantindo que elas atendam aos interesses dos profissionais da enfermagem. Diante dos bilhões de lucro da RDOR3, a Federação questiona a coerência das alegações de falta de recursos do setor privado para remunerar de forma digna os profissionais da Enfermagem.